NESPEREIRENSE 2008- O VENCEDOR DO MELHOR EMPRESÁRIO!

"ME APERCEBO QUE NESPEREIRA TEM UMA FORÇA JOVEM QUE PODE FAZER A DIFERENÇA!"

Nome completo: Júlio Ribeiro Semblano
Data de nascimento:23/07/1967
Local de nascimento: Pindelo - Nespereira - Cinfães
Escolaridade completa: Frequência Universitária (Gestão)
Como iniciaste a trabalhar?
Comecei a trabalhar em 1987 na cidade do Porto como empregado de mesa do Café Avis. Depois, fui gerente de uma papelaria e posteriormente, já em 1989 fui trabalhar para o Café Almada, onde fiquei durante três anos.
Findo este período, e após ter contraído matrimónio, iniciei uma nova aventura: comprei, conjuntamente com um dos meus irmãos, um café na zona de Campanhã.
Vendido o café, um ano mais tarde, encontrei por acaso um dos meus antigos patrões da papelaria, que durante a conversa quis saber quais os meus planos, indagando se estaria interessado em fazer parte de uma sociedade com ele. Tratava-se de Francisco Bruçô, um transmontano conhecido na Invicta como homem de inúmeras qualidades e um jeito ímpar para o negócio.
Ora, estavam então reunidas as condições para realizar o sonho de me dedicar à restauração. Assim sendo, estive durante algum tempo a "estagiar" numa churrasqueira do agora meu sócio, enquanto procurávamos o local ideal para a "nossa casa".
Surgiu então a hipótese de adquirir o Café da Giesta, que remodelamos e baptizamos como O Grelhador da Giesta.
Entretanto, o negócio evoluiu da forma esperada. Contudo, o ano de 1999 foi bastante duro para mim. Em mês e meio perdi o meu sócio e o meu pai. Em face desta situação dolorosa tive de reorganizar algumas actividades, nomeadamente na empresa do meu pai, a Funerária Semblano, da qual passei a ser sócio conjuntamente com os meus irmãos. A ideia era perpetuar o negócio de família, do qual o meu pai tanto se orgulhava. Nesta fase a minha vida profissional esteve um pouco repartida entre o Porto (Maia) e Nespereira. Agora, a empresa da aldeia segue o seu curso normal, estando toda a gestão a ser assegurada pelos meus irmãos.
Cá por baixo tenho realizado outros projectos na área da restauração: inaugurei o ano passado o Perfect Grill (do qual sou sócio com os meus sobrinhos) e coloquei em funcionamento uma sala para eventos, localizada na mesma rua de O Grelhador da Giesta.
Mas o mais importante deste percurso, e que ainda não referi, é que em 1995 fui pai do Bernardo e em 2001 da Mariana. O melhor fica sempre para o fim!
O que pensas da situação de Nespereira actualmente? Já viveu dias melhores?
Em função daquilo que acabei de dizer, as minhas idas a Nespereira são cada vez menos frequentes. Sem querer ser politicamente correcto, gostaria apenas de salientar que me apercebo que Nespereira tem hoje uma força jovem que pode fazer - e fará - a diferença. São pessoas interessadas e cultas, que se dedicam à terra com orgulho e vontade de mudar. Por isso, deposito nelas grandes esperanças para termos, todos, cada vez mais orgulho na nossa terra... de difícil acesso, mas ímpar.
O que pensa deste prémio, e da vencedora (a enf. Fátima Sousa)?
Qualquer prémio tem sempre a enorme vantagem de lembrar a alguns o trabalho de outros em prol de uma sociedade melhor, mais desenvolvida e mais humanizada. A Enfermeira Fátima tem desempenhado uma função muito nobre em prol da Associação de Solidariedade Social e Recreativa de Nespereira, igualando-se, tando quanto sei, à que realiza na Câmara. Por tudo isto o prémio é mais do que justo.
O que pensa de ter recebido o prémio do melhor empresário?
Vou responder como nos Óscares: não estava à espera, não tenho discurso, agradeço aos outros candidatos... Bom, agora a sério. Estou muito grato e, de facto, não estava à espera. Mais. Esta iniciativa insere-se naquelas que os jovens têm ousadamente levado a cabo nestes últimos tempos na freguesia. São inovadores, diferentes e, às vezes, irreverentes. Isso são qualidades fundamentais para uma sociedade que se quer em pleno século XXI e não uns anos atrasada, só porque está longe dos grandes centros urbanos.
Tem alguma mensagem a deixar aos nespereirenses?
Parafraseando Barack Obama, diria apenas: Sim, nós podemos. Sim, nós conseguimos!